Bem, entramos na estação de metrô e fomos pedir informações. A atendente falava inglês muito bem e nos explicou como fazer para comprar o ticket. Compramos um stripenkaart, literalmente "cartão de faixas", que dá direito a mais ou menos 7 viagens em qualquer meio de transporte público no centro da cidade. Compramos o nosso stripenkaart e fomos em direção à plataforma. Em Amsterdã, assim como em Frankfurt, o transporte público é baseado na confiança: é responsabilidade de cada um ter um ticket válido para aquela viagem, e se alguém for pego numa eventual inspeção viajando de graça, tem de pagar uma multa.
Ao vermos o mapa do metrô tivemos uma grande surpresa: ele é muito simples! O de Londres é bem complexo, com suas 12 linhas e seus 400km de trilhos. Em Amsterdam existem apenas quatro linhas! Dessas, podíamos pegar qualquer uma das três que passavam na Amstelstation para chegarmos ao nosso destino. Pegamos o próximo trem que passou e então descemos em Nieuwmarkt, que era a estação mais próxima do nosso albergue. Nieuwmarkt significa "mercado novo" (parece com new+market). A língua, aliás, não foi um grande problema. Acho que quem sabe inglês e alguma língua latina consegue até decifrar muitas palavras. Sem falar que a maioria das pessoas lá fala inglês.
Ao saírmos da estação, vimos uma cidade bem tranquila (sem trema agora, né?). Tudo muito calmo, passarinhos cantando, pouca gente na rua. E várias bicicletas. Nem sinal de neve mais, mas era um dia bem nublado. Achamos o nosso albergue, fizemos check-in, guardamos as malas, compramos um mapa, e lá fomos nós explorar a cidade. O plano era ir tomar café-da-manhã em um lugar que, segundo nosso guia, tinha panquecas gostosas. Panquecas são tidas como uma especialidade holandesa.
Bem, passamos por ela e seguimos em frente, até o local onde tomaríamos nosso breakfast. Encontramos o local e entramos. Pedimos pães com ovos mexidos, suco de laranja, chocolate quente e, claro, panquecas. As panquecas não eram assim tão gostosas, mas pudemos comprovar outra coisa típica de Amsterdam: havia gente fumando maconha dentro do restaurante! Outro mundo!! Ao saírmos, chovia fino. Fomos andando até a estação central para pegarmos um tour de barco pelos canais da cidade. No caminho vimos vários coffeeshops, que é como são chamados os estabelecimentos onde é permitida a venda de maconha. Muitos deles com nomes sugestivos, fotos de Bob Marley e camisetas com motivos afins pra vender.
Continuamos andando, sem rumo mesmo, descobrindo a cidade. Nisso eu vi no nosso mapa um símbolo que parecia com o símbolo usado pelo Guia4Rodas para "local com vista bonita". Várias ruas tinham esse símbolo ao longo delas, então eu quis ir ver que vistas tão bonitas eram essas. Ao chegarmos nas tais ruas, nada de bonito, nada de especial. Fomos andando, andando, até que vimos uma moça de calcinha e sutiã numa vitrine: estávamos no red-light district (ou "distrito da luz vermelha"). Os tais símbolos nas ruas do mapa eram lâmpadas vermelhas! E olhem que ainda era dia.
Bem, fomos então para lá. A visita é algo muito triste, é claro. A gente não sai de lá feliz. Vimos páginas do diário, com a letrinha daquela menina que não sabia o trágico destino que a aguardava, e a milhões de outras pessoas. Vimos o quarto onde ela dormia no esconderijo, depoimentos de pessoas que a conheceram, inclusive do pai dela, Otto Frank, e de Mep Gies, amiga da família que os ajudou durante todo o tempo em que estiveram escondidos ali naquela casa. Os cômodos da casa foram mantidos sem móveis, conforme o desejo de Otto Frank. As escadas da casa, especialmente as que levam ao esconderijo, são muito íngremes, altas, com degraus estreitos. Parece que as casas em Amsterdã são assim.
Ao sairmos da Casa de Anne Frank, fomos para o albergue. Tomamos banho e saímos para jantar. Eu bem que tentei, antes de saírmos de Londres, procurar restaurantes com comida típica holandesa na internet. Mas os poucos que achei não ficavam muito perto do albergue, e a essa hora, depois de uma noite no ônibus e um dia de atividades turísticas, preferimos ficar ali mesmo na região do Nieuwmarkt. Fomos a um restaurante japonês indicado no nosso guia, chamado Eat Mode. Comemos um tipo de yakissoba e o Alexandre tomou uma Heineken (pelo menos uma coisa no jantar foi típica!).
Logo voltamos para o albergue e fomos dormir, pois estávamos exaustos e queríamos acordar com pique no dia seguinte para passear mais!